
Neurologista submete-se a cirurgia cerebral para investigação
Neurologista leva a auto-experimentação ao extremo ao instalar implantes no seu próprio cérebro para recolha de dados – MIT Technology Review
Phil Kennedy, um neurologista dedicado a encontrar um “descodificador de fala”, elétrodos colocados no cérebro que se ligam a um computador tornando possível que pacientes paralisados comuniquem sem falar, tomou uma medida que poucas pessoas tomariam. Quando perdeu o financiamento da Food and Drug Administration (FDA) para continuar a sua investigação, teve de procurar soluções alternativas a fim de continuar a estudar o que acreditava poder devolver a “voz” àqueles que estão impossibilitados de falar.
Sem financiamento da FDA, Kennedy tinha poucas opções restantes. Estava a fazer progressos, mas não era capaz de fornecer os dados de segurança adequados, o que o deixou sem financiamento ou crédito. Contudo, Kennedy recusou-se a desistir. Após ponderar os riscos e passar anos a refletir sobre a decisão, decidiu “passar das palavras aos atos”. Kennedy, o neurologista agora com 67 anos, decidiu ir para Belize, na América Central, para se submeter ao tratamento ele próprio.
Após sofrer complicações ligeiras, a cirurgia correu bem. Kennedy foi capaz de recolher dados e continuar a sua investigação durante quase um mês, até ser forçado a remover os elétrodos. Tendo utilizado um elétrodo diferente do que tinha usado no passado (a fim de tornar o procedimento mais simples), o cérebro não foi capaz de cicatrizar completamente.
No artigo da MIT Technology Review, Kennedy afirma “Tive alguns altos e baixos após a cirurgia, mas consegui obter quatro semanas de bons dados. Estarei a trabalhar nestes dados durante muito tempo”.